Vinte rosas vermelhas....
Pois é, era mesmo "Uma ave do paraíso", nick interessante, com força no que escrevia, denunciava no entanto algum vazio de afectos.
Personagem do tipo, oficial e cavalheiro, que (quase) está em vias de extinção, e que eu observei durante alguns dias, na tentativa de convencer alguém a voar para o paraíso com ele. Ora bem, tentativas goradas, era o momento para eu meter a tecla, em voo alheio...e aí vou eu!!
Falamos e falamos, a avezita, queixando-se de uma asa que não voava na sua plenitude, e daí procurar um outro pássaro ( na realidade era uma outra "pássara")...para complementar o voo.
Ás páginas tantas, chego à conclusão, que a ave é mesmo não só um cavalheiro, como oficial, ai este meu magnetismo para as fardas, é impressionante.
Dias....(mais noites) passaram, e o oficial e cavalheiro, pergunta se aceitaria um convite para almoçar (pensei eu Aldemira "ao menos este não pensa em jantar, boa")... ponderei um pouco, e aceitei, assim como assim, que mal tem um simples almoço?...nenhum, claro.
Chegámos ao dia do dito almoço, chego ao local combinado para encontro, já o
"Sr" oficial lá estava (esta pontualidade, enerva-me)...cumprimentos feitos, e eis que detrás das costas do "Sr" oficial, surge o cavalheiro com um ramo de vinte rosas vermelhas.... vinte sim, caramba fiquei mesmo embasbacada!! e não é fácil, aqui a Aldemira, ficar sem capacidade de resposta, mas meio atrapalhada, disse ao "dignissimo" que três rosas fariam o mesmo efeito... bem foi altura do dito, ficar embasbacado...ora toma, que é para saberes como é!!
Bem, entramos na viatura, rumo a Cascais, um restaurante bem conhecido, parámos a olhar as rochas e o mar...bem agradável aquela brisa, num dia bastante quente ..... ( e as rosas a murcharem).
Almoçamos...conversamos bastante durante o repasto, o "Sr" comandante, com uma enorme gentileza (se eu fosse mais jovem, pensaria que ele me estava a querer recrutar para as forças militares).
Saídos do restaurante, voltamos à orla marítima, aquele espaço aberto entre o mar e o infinito é lindo! ... Notei por diversas vezes, enquanto ali estávamos, que a "avezita" queria dizer algo, mas, parecia não se atrever... também não perguntei, com o tempo se veria.
Voltamos à urbe poluída....despedimo-nos e cada um para o seu caminho, claro que eu de ramo de rosas (que ainda não estavam murchas).
E não é que passados 10 minutos, a "avezita" me liga, dizendo.... que eu era inacessível, uma espécie de divindade, a que ele nem se atrevia tocar. (seria engraçado se todos pensassem o mesmo, acabaria por ser beatificada, pois)
Tentei destruir essa imagem, eu?!?...respondi, que até sou tão "dada", imagem de primeira impressão.... e claro, aqui estava mais um desafio, fazer com que a "avezita" me sentisse fora do altar, e sem o manto "divino".
Tarefa realmente muito fácil, uma semana depois, recebia um convite para visita guiada à unidade militar, onde a "avezinha" tinha o ninho.... e não é que em oito dias passei de "deusa inacessível"...para mulher desejada... ai valha-me as pedras da calçada, que estão tão gastas!
(Não se pode ser "santa"... com uma aves destas ;)... eu bem tento, mas até a do paraíso me "tenta".
Fico-me por aqui, voltarei com mais histórias do meu "paraíso"
Aldemira