abril 28, 2006

Vinte rosas vermelhas....


Pois é, era mesmo "Uma ave do paraíso", nick interessante, com força no que escrevia, denunciava no entanto algum vazio de afectos.
Personagem do tipo, oficial e cavalheiro, que (quase) está em vias de extinção, e que eu observei durante alguns dias, na tentativa de convencer alguém a voar para o paraíso com ele. Ora bem, tentativas goradas, era o momento para eu meter a tecla, em voo alheio...e aí vou eu!!
Falamos e falamos, a avezita, queixando-se de uma asa que não voava na sua plenitude, e daí procurar um outro pássaro ( na realidade era uma outra "pássara")...para complementar o voo.
Ás páginas tantas, chego à conclusão, que a ave é mesmo não só um cavalheiro, como oficial, ai este meu magnetismo para as fardas, é impressionante.
Dias....(mais noites) passaram, e o oficial e cavalheiro, pergunta se aceitaria um convite para almoçar (pensei eu Aldemira "ao menos este não pensa em jantar, boa")... ponderei um pouco, e aceitei, assim como assim, que mal tem um simples almoço?...nenhum, claro.
Chegámos ao dia do dito almoço, chego ao local combinado para encontro, já o
"Sr" oficial lá estava (esta pontualidade, enerva-me)...cumprimentos feitos, e eis que detrás das costas do "Sr" oficial, surge o cavalheiro com um ramo de vinte rosas vermelhas.... vinte sim, caramba fiquei mesmo embasbacada!! e não é fácil, aqui a Aldemira, ficar sem capacidade de resposta, mas meio atrapalhada, disse ao "dignissimo" que três rosas fariam o mesmo efeito... bem foi altura do dito, ficar embasbacado...ora toma, que é para saberes como é!!
Bem, entramos na viatura, rumo a Cascais, um restaurante bem conhecido, parámos a olhar as rochas e o mar...bem agradável aquela brisa, num dia bastante quente ..... ( e as rosas a murcharem).
Almoçamos...conversamos bastante durante o repasto, o "Sr" comandante, com uma enorme gentileza (se eu fosse mais jovem, pensaria que ele me estava a querer recrutar para as forças militares).
Saídos do restaurante, voltamos à orla marítima, aquele espaço aberto entre o mar e o infinito é lindo! ... Notei por diversas vezes, enquanto ali estávamos, que a "avezita" queria dizer algo, mas, parecia não se atrever... também não perguntei, com o tempo se veria.
Voltamos à urbe poluída....despedimo-nos e cada um para o seu caminho, claro que eu de ramo de rosas (que ainda não estavam murchas).
E não é que passados 10 minutos, a "avezita" me liga, dizendo.... que eu era inacessível, uma espécie de divindade, a que ele nem se atrevia tocar. (seria engraçado se todos pensassem o mesmo, acabaria por ser beatificada, pois)
Tentei destruir essa imagem, eu?!?...respondi, que até sou tão "dada", imagem de primeira impressão.... e claro, aqui estava mais um desafio, fazer com que a "avezita" me sentisse fora do altar, e sem o manto "divino".
Tarefa realmente muito fácil, uma semana depois, recebia um convite para visita guiada à unidade militar, onde a "avezinha" tinha o ninho.... e não é que em oito dias passei de "deusa inacessível"...para mulher desejada... ai valha-me as pedras da calçada, que estão tão gastas!
(Não se pode ser "santa"... com uma aves destas ;)... eu bem tento, mas até a do paraíso me "tenta".
Fico-me por aqui, voltarei com mais histórias do meu "paraíso"

Aldemira